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segunda-feira, 11 de julho de 2016

A ROSA E O BEIJA-FLOR


Quantas vezes visitei suas origens, suas folhagens, seus botões. Fiz da tua roseira minha passagem obrigatória e de teus galhos meu repouso, meu acalanto.

Quantas versões suas eu vi desabrochar e tantas vezes lhes colhi o néctar, a essência, o pólen, a perpetuidade, na esperança que um dia seria você entre minhas asas.

Em meus voos, sempre te imaginei viçosa, vicejante, pétalas expostas ao sol, como escultura cheia de vida. Mas por ter chegado tão cedo, prematuro, e te encontrar ainda fechada, sem vontade de me mostrar sua formosura, é que aprendi a voar de costas.

Única forma que encontrei de não dar meia volta diante de seus novedios. Única maneira de não desviar os olhos de ti; e diante de uma vigorosa eclosão de talentos e cores, presenciar o desabrochar das suas virtudes!

Me fiz beija-flor pra aprender voar ligeiro; e sua rosa polinizar primeiro!