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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

ENTRE XÍCARAS, COPOS E CANECAS (...) A identidade de muitas famílias


São cores. Que euforia

Meu coração se enche de graça
Quando os vejo sujos na pia


Uma xícara, um copo e uma caneca
Pra colorir a refeição matinal
Pão, bolo, biscoito ou panqueca
Café com leite, frutas e cereal

- Uma cor para cada fedelho!
Decidiu a mulher que eu venero
Um Azul, um Verde e um Vermelho
Escolhidos com carinho e esmero


São  cores? Eu vejo mera pureza
E me pego entoando orações
Prenúncio de família à mesa


Da infância à adolescência
Acompanhando os meus três
Aos poucos perdendo a inocência
E as cores e o brilho talvez

Conquanto "antigo apetrecho"
Têm lugar certo e acomodação
Pois invariável é o desfecho
Que os donos os queiram à mão


São  cores? Eu Não diria
É mais uma identidade
Da família que a gente cria
Exemplos sem vaidade
Motivos de muita alegria.



(OBSERVAÇÃO: Pouco tempo depois do nascimento de nosso filho caçula, MEG quis comprar um conjunto para café para os meninos. E escolheu as cores de acordo com as preferências de cada um. Embora esses conjuntos existam até hoje, surrados e desbotados pelo uso e pelo tempo, e os "meninos" já não sejam meninos, eles ainda os utilizam como se tivessem sido presenteados hoje. Respeitam e não misturam as cores entre si. Como uma identidade familiar.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

AS ESTRELAS E SUAS LUZES; OS HOMENS E SUAS TRAJETÓRIAS


Uma estrela é uma grande e luminosa esfera de plasma que se mantém inteira devido à sua gravidade. Essa gravidade também mantém planetas e outros corpos celestes em sua órbita, formando sistemas planetários. Em decorrência da fusão do hidrogênio em seu núcleo, as estrelas são as maiores emissoras de calor de que temos conhecimento, cujo brilho ou luz se propaga velozmente pelo espaço sideral.

A luz viaja normalmente em linha reta, a uma velocidade constante de 299.792,5 quilômetros por segundo. Sua velocidade é tão incrivelmente absurda, que distâncias impensadas ou inalcançáveis são medidas em “ano-luz”, correspondente a 9,46 trilhões de quilômetros; ou 01 Ano Juliano (365,25 dias), ou: 365,25 dias x 24 horas x 60 minutos x 60 segundos x 299.792,5 quilômetros.

Ao mesmo tempo em que o Sol está a uma distância média de 150 milhões de quilômetros da terra, existem estrelas há bilhões de anos-luz de nós, como é o caso da recém-descoberta Z8-GND-5296 (13,8 bilhões de anos-luz de distância). O planeta Terra tem um raio de 6.371 km. Um pulso de luz percorreria do Polo Norte ao Polo Sul em 0,02 segundo, ou 1,26 segundos para viajar da Terra à Lua (quase a velocidade de dois piscares de olhos). Ou, ainda, menos de 8,5 minutos para percorrer a distância entre o Sol e a Terra.

Havendo uma fonte de energia durável, um único raio emitido viajará ininterruptamente pelo espaço até encontrar outro corpo celeste que o recepcione e absorva. Um raio ininterrupto de luz seria como uma linha que une o menino à pipa, a corrente que liga o navio ao cais, o cordão umbilical que vincula a Terra ao Sol. Nós os vemos mergulhar no mar, em dia de calmaria e águas cristalinas, como flechas em busca da areia.

A luz carrega em si o calor derivado de sua fonte, sendo ela a própria energia expelida por sua origem. Quando essa fonte de energia se esgotar e nenhuma luz partir mais daquele corpo celeste, os raios emitidos continuarão viajando pelo espaço com a mesma ousadia e valentia da primeira fagulha, do primeiro pulso, até que sejam absorvidos por uma partícula do universo.

Há corpos tão distantes de nós que, embora suas luzes e seus brilhos continuem chegando aos nossos olhos, é possível que já não tenham energia vital. Que não emitam mais luz há milhões de anos. Por isso, cientistas e astrônomos afirmam que boa parte das estrelas que vemos à noite já não está mais lá. Assim como há outras estrelas cuja luz ainda não chegou até nossos olhos. O céu estrelado que vemos não é verdadeiro céu que está lá.


Assim também são as pessoas, porque nós todos temos luz, própria ou adquirida por exemplos ou admirações. Alguns brilham mais, outros brilham menos, mas cada um de nós tem seu espaço nas galáxias da história. Nossa gravidade atrai outras pessoas, e nos prendemos uns aos outros por afinidade, como pequenos ou grandes sistemas estelares.

Algumas pessoas nos veem como estrelas. Seguem-nos, nos orbitam e se alimentam de nosso calor e nossa luz. Outras pessoas foram estrelas tão deslumbrantes que, embora não tenham mais vida, seu brilho e sua luz continuam orientando a vida e a trajetória de muitos de nós.

Ser estrela não é ser personalidade das mídias, nem atrair holofotes. Ser estrela é abrigar os mais frágeis e suscetíveis numa aura de luminosidade. É penetrar no interior das pessoas e lhes ascender o próprio núcleo. É emprestar sua luz para resplandecer as estradas da vida, cuidando para que seu calor seja suficiente para manter esperança e existência, mesmo na sua ausência. E que ao perceber o valor da sua luz você seja rápido e intenso ao propagá-la, num movimento permanente e contínuo de fulgor. Reconstruindo, revolucionando e revitalizando tudo à sua volta. Como a complexidade deslumbrante do BIG BANG ou a simplicidade esplendorosa de uma pequena estrela.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

ÚNICA, COMO A PRÓPRIA EXISTÊNCIA


Hinário que meus ouvidos permeiam
Conjunto de sons agradáveis
Loucuras que em mim vagueiam
Supremos desejos saudáveis

Algumas vezes fugistes
Os Deuses me deram o caminho
Em teu encalço o carinho
Querendo que reconsiderasses

Seria eu pra você
Tanto quanto já te queria?
Relutando para perceber,
Corrigi nossa alegoria

Ainda que relutantes
Concebemos jogos e canções
Estudando tantos semblantes
Preservamos os corações

Evoco cada momento
Cada verso à mulher amada
Agora já não "esquento"
Seguimos a mesma jornada

Teus jeitos e teus trejeitos
Estrelam minha matinê
Caçoam dos meus conceitos
Ultimam meu bem querer.

Estilo, arte e sensualidade,
Leveza, maestria e beleza!
Em ti encontro a certeza:
Morada da minha metade!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

LOIRINHA FACEIRA



Loirinha faceira, de olhar Glauco, cor de esmeralda, com brilho intenso de pedra preciosa e ternura de gata carente. Boca arciforme como os acurados arcos das sagazes Amazonas. Andar ubíquo de uma deusa, cuja dinâmica libertina dos quadris simula o balanço de navio, na singularidade das ondas de mar revolto.

Curvas de cascalho solto, nas quais meus olhos derraparam sem número. Mas desejei, tantas vezes, atritar meus pneus nesses caminhos de tortuosa formosura.

Cabelos dourados, como os trigais da minha terra, ondulando faceiros ao vento do serrado. Se os cachos do trigo almejavam alimentar tantos homens e tantas bocas, a lisura dos seus cachos eu desejei como alimento da minha alma.

Se fostes ou não de outro homem, se serieis ou não de outro Ser, ter sido de quem não mais és não me ressente. Se fosses de quem não te merecesse me ressentiria. Se eu fosse de outro alguém me assombraria. Se não fosse seu não me encontraria.

Ser seu não era destino. Ser minha não era fadário. O destino nos juntar não foi negligência. Permanecer ligados não foi contingência. Exercermos o Gênesis foi só consciência.

MAKTUB