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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

LOIRINHA FACEIRA



Loirinha faceira, de olhar Glauco, cor de esmeralda, com brilho intenso de pedra preciosa e ternura de gata carente. Boca arciforme como os acurados arcos das sagazes Amazonas. Andar ubíquo de uma deusa, cuja dinâmica libertina dos quadris simula o balanço de navio, na singularidade das ondas de mar revolto.

Curvas de cascalho solto, nas quais meus olhos derraparam sem número. Mas desejei, tantas vezes, atritar meus pneus nesses caminhos de tortuosa formosura.

Cabelos dourados, como os trigais da minha terra, ondulando faceiros ao vento do serrado. Se os cachos do trigo almejavam alimentar tantos homens e tantas bocas, a lisura dos seus cachos eu desejei como alimento da minha alma.

Se fostes ou não de outro homem, se serieis ou não de outro Ser, ter sido de quem não mais és não me ressente. Se fosses de quem não te merecesse me ressentiria. Se eu fosse de outro alguém me assombraria. Se não fosse seu não me encontraria.

Ser seu não era destino. Ser minha não era fadário. O destino nos juntar não foi negligência. Permanecer ligados não foi contingência. Exercermos o Gênesis foi só consciência.

MAKTUB

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