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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

AS COMMODITIES DA VIDA



Invista todos os momentos e esforços possíveis da sua vida cultivando as árvores da amizade e do amor. Colha delas os mais saborosos frutos que seu paladar possa provar e sua fé possa digerir.


Pode os galhos inférteis e trate bem os galhos novos, sem nunca descuidar do tronco. Regue a planta, elogie as flores e proteja os frutos. Por ele sobe o alimento da vida, a seiva que mantém as amizades e os amores perenes.

Pessoas são SEMPRE prioridade em nossas vidas, pois não nascemos pra viver sós. Não desista de alguém antes de ter tentado prosperar juntos.

Indivíduos são mais que ouro, prata ou alumínio. Mais que trigo, soja ou milho. Mais que jóias, diamantes ou ações. Pessoas são os mais valiosos bens de nosso patrimônio se soubermos valoriza-las.

Só mesmo depois de ter tentado à exaustão, deixe de tratar como prioridade quem insiste te tratar como opção.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

PORQUE EU FIZ MUITOS AMIGOS




Agradeço aos MILHARES (rsrssr) de amigos que me parabenizaram HOJE e outros tantos MILHARES (rsrsrs) que ainda me desejarão glórias.


Há alguns anos, no meu aniversário (26 de novembro), publico um texto agradecendo meus amigos por existirem e preencherem minha vida de forma tão calorosa e especial.

Foram vários textos assim. Alguns surpreendentes, outros tão normais. Mas sempre busquei frisar o quanto minha família, meus amigos e meus colegas são especiais em minha vida.

Mas este ano decidi recolher. Vou apenas publicar essa música, e peço que a ouçam e reflitam sobre a letra. Ao ouvi-la pela 1a vez (em 17/11), percebi que eu não tenho saberia suficiente pra escrever algo tão puro e tão profundo para lhes agradecer, desta vez, por existirem e fazerem meu aniversário tão cheio de vida e de alegrias.


Sem dúvidas, VOCÊ é mais raro que o ouro puro de Ofir.


Muito obrigado! :)

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

As infinitas possibilidades de "SER FELIZ"



Porque você vale a pena! Com poucas ou muitas palavras, ou um simples sorriso ou uma profana gargalhada! Porque seu coração transborda diariamente. Transmite confiança e verdade; e pulsa nos olhos ao invés de bater no peito!


Viver num mundo só seu seria injusto. Aos olhos dos que te admiram, respeitam ou amam. Porque se isolar, sofrer, somatizar, se um mundo de vergonhas e rostos acanhados deseja o seu sorriso pra desabrochar?

Vou te raptar do seu fundo, te apresentar pro meu mundo. Pra que você possa fugir, se desfazer, desimportar, se refazer, desconsertar. Não somos quebra-cabeças, cujas 05 ou 5.000 peças têm lugar exato e formação pré concebida. Somos como um tangram (1), cujas 07 partes formam o que concebermos, imaginarmos ou idealizarmos, num sem-número de bons resultados.



Ora, abra mão das suas casualidades, das suas inutilidades, dos seus utensílios, seus (postiços) cílios, das suas más companhias e suas vãs alforrias. Assim, pode se despir das suas vaidades; profanas. Pra Eu te encher de cumplicidades, humanas. Talvez te deixe sacana, sem trama, sem fama! Com gana, sanha, ânsia de me querer!


Mas vou te roubar do seu íntimo e te apresentar pro meu interior. deixar vazio seu "acolá" e distante o seu "lá". Encher de vida o "ali" e de sorrisos o "aqui". Que "remoto" seja apenas sinônimo de suas más lembranças e momentos e nunca seja controle. Que "passado" seja aprendizado, presentes sejam seus dons e o futuro (...) deixe que venha e lhe traga os frutos que você sempre plantou.

Seja intensa, íntegra, se entregue por inteira, à sua vida. Não às vidas dos que não te preenchem. Então, seja caridosa e cuidadosa com os outros como a vida te ensinou a ser. Nas porções inexatas do quantum das suas entregas. Como um semeador, sem parábolas.

Talvez assim, entre frações ideais eu te complete nos meios. Talvez até nos inteiros, dos terços de nossas metades!

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(1) O Tangram é um quebra-cabeça chinês formado por 7 peças (5 triângulos, 1 quadrado e 1 paralelogramo).Com essas peças podemos formar várias figuras, utilizando todas elas sem sobrepô-las. Segundo a Enciclopédia do Tangram é possível montar mais de 1.700 figuras com as 7 peças.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

OS SORRISOS QUE ENCANTAM


Felicidade é seu cartão
Enlevo o seu sinônimo
Leveza de coração
Intenso sorriso atômico

Graciosa essa sua boca
Nada lhe escapa ao olhar
Atentos à sua voz rouca
Ansiamos por te encantar

Patente é o seu sorriso
Doçura estampada no rosto
Recorte assim tão preciso
Sublima esse arco exposto

Quisera jamais intervir
Tampouco modificar
Essa risada elegante
Deveras desconcertante


segunda-feira, 10 de novembro de 2014

CRÔNICAS DA VIDA REAL: O HOMEM QUE EMPINAVA PIPAS


Lembro-me como se fosse hoje: Brisa batendo no rosto, carretel de linha numa mão, pipa estirada na outra mão, aguardando uma rufada ideal. Os melhores ventos passavam entre os fios e postes de minha rua. Mas minha casa não tinha uma elevação ou angulação que nos permitisse alçar as pipas. Porém, havia a caixa d´água da casa do "Seu Iraci Ferreira", o terreno baldio no centro do quarteirão, nas costas da oficina do "Seu Ari", ou na "Rua do Clube", para longas e persistentes corridas sem vento.

As pipas eram leves, feitas a mão, suaves, coloridas. Retratos de seus construtores. Uma pipa é feita com 70% de papel ou plástico, 10% de rabiolas, 2% de cola e 18% de linha (com ou sem cerol). Além disso, mais 50% de conhecimentos básicos de engenharia avançada e outros 50% de física arcaica.

As minhas primeiras pipas foram feitas por minha irmã Goretti. Minha madrinha, algoz das minhas armadilhas, guia dos meus atalhos. Cuja gargalhada encrustou no meu coração, pela singeleza e simpatia de aturar as minhas artimanhas e inquietações. Minha irmã caçula, Vera Regina, era minha companheira inseparável, fosse onde fosse, que sentido tivesse, que objetivo nos levasse. Felizmente, ela amadureceu mais rápido que eu e as pipas não lhe atraíram mais.

Minha primeira carretilha foi construída por meu irmão, José Luiz. Meu padrinho, meu exemplo profissional. E desde a minha juventude, meu exemplo de vida a dois, de amor incondicional e de respeito conjugal. Ele carrega na mão uma cicatriz, pois se cortou profundamente moldando as madeiras de uma carretilha. Porque queria me presentear com o melhor. Em contrapartida, eu carrego no coração uma marca, suave, desse momento de carinho e dedicação extrema; e 40 anos depois, Eu ainda tenho a carretilha, guardada como um troféu.

Meu velho pai não gostava da pipas. Só me viu pelejar com bola uma vez, mas elogiou (e sugeriu, criticamente, como melhorar). Me queria focado. Estudando, debruçado nos livros, como ele se debruçou toda a minha vida. Meu "velho Juca Ventura", já derrotado pelas agruras da vida, ainda me ensinava, em rufadas de tempestade, a navegar na calmaria.

Uma infância e adolescência de pipa em punho. Uma vida adulta feito pipa, alçando vôos e colorindo céus de outras pessoas. Meu primeiro voo foi decolado por minha mãe (Dona Luzia, exemplo de mãe, mulher e profissional), que à porta de um ônibus me pediu que sempre conduzisse o nome de meu pai tal como o recebera: LIMPO E DIGNO. E que sempre voltasse pra casa trazendo de volta o exemplo que Papai nos deu, de honradez w, integridade e dignidade, ainda que Seu Juca tenha sido uma "pessoa difícil".

Minha irmã mais velha (Aline), foi quem cortou minha primeira linha, permitindo que eu voasse ao sabor do vendo, mas com objetivos e não como uma "pipa avoada". Me mostrou a diferença entre ser adulto independente e ser adulto dependente. Me fez plainar, pela primeira vez, sem sustentação de um fio sequer.

Mas de todas as pessoas com quem cresci, talvez a mais ingênua seja a que mais me tocou o coração. Minha 2a irmã, Maria Madalena, portadora de necessidades especiais, com olhar e comportamento de criança e sentimentos de gente grande. Sua aura forte e seu carinho latente transcenderam o espaço físico de seu corpo franzino e frágil.E me ensinaram que "ser especial" é um comportamento e não uma dádiva.

Com o passar dos anos, minhas pipas pareciam não se sustentarem no ar. O vento que as fazia voar abrandou em meu coração. Minha inquietude quedou reflexiva, moderada, frugal. E eu amadureci com as doces lembranças de seus coloridos e seus bailados.

Depois da maturidade, Deus enlaçou minha linha no alto de uma rocha firme, que eu chamo carinhosamente de MEG. Empinei pipas poucas vezes com meus filhos. Talvez por falta de cola, linha, bambu ou papel, mas nunca por falta de tempo. Falha minha.

Mas nuns desses hiatos, atrasei trabalho pra ver sol nascer com um filho no Leme-RJ; desmarquei reunião importante pra empinar pipa com outro filho em Camburi-ES. E fui pegar no colo filho que precisava chorar mais que Eu.

Na vida, me cortei com muitos ceróis, variei com pouca brisa, naveguei nos furacões. Se cortei linha de alguém, é porque minha manobra no espaço foi mais precisa, e minha linha de sustentação era mais consistente.

Mas se às vezes tremulei, entre manobras ruins e boas,
Tenho certeza que colori, o céu de muitas mais pessoas.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Duas letras, uma alma, uma mensagem




Nascido nas Minas Gerais
Um "né" é confirmação
De que pessoas legais
Desejam lhe dar atenção


Normal pra constatação
"Já" fiz, "já" fui ou "já" sou 
Registra sempre uma ação
Daquele que se importou



Nem sempre "OK" é bacana
Um "tá" tem mesmo sentido
Mas sempre será sacana
Quem o diz, sem dar ouvido

Ri

O "rs" não é alarido
É a alma dando atenção
Vários juntos perde o sentido
Da sutileza do coração!


Oi

Resposta despretensiosa
Ou chamado pra conversar
Nem sempre é curiosa
Aquela com um "oi" no olhar

Ei

Cumprimento mais carinhoso
De quem não quer o monólogo
Quase sempre tão fervoroso
Um "ei" instaura o diálogo

Ai

Ás vezes ele é deboche
Outras vezes, intensidade
Não há quem não desabroche
Com um "ai" de felicidade

Ui

Mas intenso com toda certeza
Um "ui" de desejo ou sarcasmo
O olhar revela a clareza
Do deboche; ou do orgasmo

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

UM HALLOWEEN DE MAGIAS





De bruxa tu nada tens
Tampouco a ingresia
Não vamos ficar reféns
Sem festejar o seu dia

Não tens verruga no rosto
Nem na ponta do nariz
O amor lecionas com gosto
De ti sou mero aprendiz

Avessa a magia e poções
Só manipula as virtudes
Comportamento e ações
Te multipliquem a saúde

Montar vassoura, que nada
Tu montas cavalos brancos
Igual princesa encantada
A proteger nossos flancos

Além de um paradigma
És feiticeira em mim
Magias de puro enigma
Festejo no Halloween

Um bruxo Eu queria ser
Pra sempre te enfeitiçar
E às luz da lua poder
Em teus encantos bailar

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

CALE-SE, ABSTÊMIO POLITICAMENTE INCAPAZ


Que se cale todo e qualquer cidadão brasileiro que, estando apto a exercer sua cidadania, NÃO VOTOU OU ANULOU SEU VOTO CONSCIENTEMENTE Que não levante bandeira, que não desfralde cortinas, que não levante a voz. Que não critique quem, demonstrando ombridade e parcialidade, votou! Que se recolha ao quarto escuro de sua indiferença.

Aliás, que sua voz seja ouvida apenas nas frentes de TRABALHO, porque na frente da batalha se acovardou. Se não votou por um bom motivo, justifique-se. Ao seu Tribunal Regional Eleitoral e não aos seus amigos, colegas e parentes.

Que se cale diante da carga tributária, das reformas política, previdenciária, penal ou eleitoral. Que se cale diante dos escândalos. Perdeu seu direito de reivindicar ao eximir-se da responsabilidade de escolher seus governantes.

A ABSTENÇÃO no Sudeste é, no mínimo, IRRESPONSÁVEL. Não venha me dizer que o NORDESTINO é isso ou aquilo. Que o BOLSA FAMÍLIA é um cabresto de votos. Que o Petista é inconsequente ou irracional. Todos eles, em suas castas, em seus "clusters", compareceram às urnas. EM MASSA, demonstrando, de alguma forma, sua gratidão, sua aderência, sua convicção, sua ideologia. Alguns tem medo de perder, outros tem sede de ganhar. Mas todos tiveram CORAGEM de votar. Que se cale todo aquele que não votou!

Você que não votou não representa ninguém na política! Nem a si mesmo diante de sua ideologia covarde!! CALE-SE pelos próximos 04 anos. Ainda que queira se expressar por impeachment ou algo que o valha, você não tem esse direito!

Se a sua forma de dizer "não tenho nada com isso" é se abster de votar, CALE-SE! Você jogou seus direitos políticos na lata do lixo. E com sua pretensa insurgência, jogou junto meu respeito por você. A cachaça que você se recusou a beber, tornou-se a MINHA ressaca. Portanto: CALE-SE!

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O AMOR REAL E O IMAGINÁRIO




De que me adianta:


Te amar com fronteiras? Te admirar do outro lado do muro? Cultivar minha grama sem a sua atenção? Plantar rosas que eu não possa colher pra você?

Pra que me importa:

O imaginário, se o real for inatingível. Sonhar e alimentar a alma, se o corpo padece de fome. A fome do seu olhar, do beijo seu. A sede da sua voz, dos seus perfumes. O brilho dos teus pensamentos, a ausência dos seus costumes.

Que bom seria:

Se nossa fronteira fosse o infinito. Se os muros fossem imaginários, como os limiares territoriais, como os contornos dos corpos que teimam remembrar divisas. Se a grama do meu jardim ornasse as tuas calçadas. E as árvores, arbustos, flores e rosas que plantei, fossem por ti regadas.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

CRÔNICAS DA VIDA REAL - As dualidades do "CAIXA 2"


Eram dois amigos inseparáveis. Como carne e unha, queijo e goiabada, pés e havaianas, dedos e alianças, céu e estrelas.Cresceram juntos nos sertões das Minas Gerais. Amigos de escola e pipa; e companheiros de pelada. Inseparáveis nas pescarias de rio, córregos, riachos ou lagos. Adversários na finca, bolinha de gude e pião, pregavam a filosofia "Gersônica" de que a fruta do vizinho é sempre mais gostosa!

Cabeças diferentes, pensamentos distintos, um se embrenhou na área agrícola e o outro nas ciências econômicas!

De poucas palavras e visão madura, o agricultor prosperou. Tinha anseios de alimentar o mundo! Adquiriu terras, plantou culturas permanentes e temporárias. Adquiriu implementos e máquinas agrícolas; e logo uma pequena frota de caminhões que lhe permitia escoar suas produções para os melhores mercados consumidores. Tornara-se um próspero fazendeiro e agricultor, cujo sucesso só era comentado nas rodas de amigos e familiares, dado ser um homem reservado e honesto!

Na outra vertente, de diálogo fácil e carisma latente, o economista também prosperou. Tinha visão de consertar o mundo. Fazia campanhas sociais, projetos de melhoria de vida e distribuição de renda, usando todo seu conhecimento e aparato midiático. Empresário de mídias e frequentador das colunas sociais, foi logo ascendido à vida política!

Percebendo sua oportunidade de galgar cargos mais altos, o Político procurou o amigo Agricultor, oferecendo-lhe uma aliança: Defenderia projetos e leis para a área agrícola caso o amigo ajudasse no financiamento de sua campanha eleitoral. Nada extraordinário, mas os recursos não poderiam ser contabilizados, por questões estratégicas.

Então, o Agricultor vendeu, NO MERCADO INFORMAL, as caixas de papelão, sacos e outros descartes dos insumos que adquiria, além dos produtos colhidos, de boa qualidade, que não serviam para remessa direta para os mercados consumidores. Em 01 ano juntou quase R$ 500.000,00 e repassou ao Político, que fomentou sua campanha.

Eleito, o Político de fato buscou aprovar projetos e leis voltadas para a área agrícola. Mas 04 anos depois, numa manobra arriscada, teve sua idoneidade colocada a prova e sua vida financeira devassada. Os RECURSOS NÃO CONTABILIZADOS vieram à tona e, acareado em plenário, divulgou sua origem. A explicação foi aceita e sua vida politica seguiu em frente.

Por seu turno, o Agricultor teve também a vida financeira devassada. Acusado de formação de CAIXA 2, recebeu autos de infração de tributos que, somados, superavam em muito o montante destinado à companha do amigo. Investigado pelo Ministério Público, foi denunciado por lavagem de dinheiro e crime contra o ordem econômica. Teve seu nome, até então ilibado, jogado na sarjeta e sua credibilidade assoreada pela lama dos inconformados e invejosos.

Assim é o Brasil hoje. Na VIDA POLÍTICA o que chamamos de CAIXA 2 é tratado como "Recursos não contabilizados", e não passa disso. Na VIDA EMPRESARIAL, o CAIXA 2 pode ser configurado crime sujeito a reclusão de 03 a 10 anos, sonegação fiscal e previdenciária e crime de falta de caráter contra a sociedade.



segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A MULHER E A FLOR



Todos os dias uma nova flor se abre. Milhões delas. De todas as cores, formatos e tamanhos. Odores, textura, sabores e sensualidade. Florescem nos lugares mais acessíveis, mas também nos mais inóspitos. No rasteiro das areais e nas copas da árvores. Na superfície das águas e nos cumes das montanhas.


Não se abrem somente porque a natureza precisa de beleza, de cores e de encantamento. Não se abrem porque a flor é vida, é recriação e procriação. Não se abrem exclusivamente pros colibris, ou pras abelhas, vespas, borboletas, mariposas e outros insetos.

As flores não se abrem por VAIDADE ou por LUXÚRIA. Mas por HUMILDADE e DESAFETAÇÃO. Por INOCÊNCIA E CANDURA. Porque a vida só explode diante das vestes de suas pétalas, descortinando as lindas formas femininas de suas sementes.


Uma flor não se abre porque a natureza lhe fez com a querença de, um dia, ser mulher. Mas ela se abre porque, todos os dias, todas mulher merecem uma flor.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A BELEZA EM SUA PLENITUDE.




A beleza é um estado imaginário, onde o belo se adapta à iris e ao subconsciente humano.


Belas são as pessoas, mas também são os gestos, as atitudes, o comportamento humano.


Mas é tão subjetiva a beleza, que o belo não é unânime. O que é belo pra mim, lhe soará como comum.


Exceto em certas pessoas, onde os olhos de todos é que se adaptam, aderem e se rendem à perfeição divina.


Há o belo físico, o belo espiritual e o belo comportamental.


O segredo de ser verdadeiramente bonito, é estar harmônico nas 03 instâncias
.


A beleza em sua plenitude é, então, um COMPORTAMENTO, que faz nascer com força e vigor, a harmonia e o ENCANTAMENTO. Mas é também um CONCEITO, que mata de pronto e sem dó, a intolerância dentro do LEITO.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

DEVANEIOS TOLOS


Faz tempo que eu tento amar você. E nos meus devaneios tolos de perfídia, descobri que não me preencheria quem sequer lhe chegasse aos pés!

Ante a sua altiva humildade, me vi várias vezes preterido, ao invés de exaltado. Ameaças tolas que só eu enxerguei.

Por me sentir umas vezes caça e outras vezes caçador, não percebi que ao seu lado a vida era harmônica e equilibrada, sem perseguições ou atormentações.

Cada desconfiança minha, da incontestável fidelidade sua, desconstruía a ponte que se buscou erguer entre o inferno que me coloquei e o céu que sempre te habitou.

Com o tempo, descobri que não fui idealizado pra mim mesmo. Cada função especial em meu modelo não era vital pra minha sobrevivência e sim pra sua perpetuidade. E cada defeito de fabricação meu lhe custaria rios de lágrimas.

Só deixei de ser um arquétipo porque me ajustei às suas especificações e necessidades. E só poderei evoluir sempre que relegar a situação de protótipo em detrimento da condição de exemplo.

Não sou OBJETO, nem jamais serei! Nem teu, nem de ninguém. Mas me faço ferramenta, instrumento, mecanismo, dispositivo! Que se dispõe e se compromete a estar ao seu alcance quando qualquer coisa lhe for insuficiente entre a modéstia e a genialidade.

Pois se lhe complemento, assim é que me faço completo!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

MEUS SOBRINHOS


Em dez versos os resumo
Ainda que sejam seis
Não devo sair do prumo
Mostrando-os a vocês

Pela caçula vou começar
Até o menos jovem alçar
Cada um com seu recado
Mas todos do meu agrado

Christiane é a mais jovial
Tem semblante de boneca
Tá sempre de alto astral
Não lembro de vê-la sapeca

Antes me veio o Gustavo
Ali não tem pra ninguém
Não se mede em centavo
É OURO que ele contém

Voltando, Ricardo é terceiro
Camarada de bom coração
Um bom e fiel companheiro
Pra todos estende a mão

Guilherme é pura genética
Um sábio que foi aprendiz
Dispensemos a dialética
É sinônimo de "ser feliz"

Driblando tempo e idade
Chega a que me fascina
Intrépida eletricidade
A minha Ana Carolina

Fosse eu menos amado
Quiça mais pobre ou rico
Deu-me a vida um afilhado
Com nome de Frederico

Que dizer de seus companheiros
Cúmplices pra eternidade
Que sejam esses parceiros
Chão, amor e fidelidade

Admiração e carinhos
Por todos eu alimento
E velo que seus caminhos
Tenham Deus no alojamento

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A FORÇA DE 1.000 SANSÕES



É noite de 25 de outubro de 2014. Adormeço e em sonho me vejo acorrentado entre dois gigantes pilares de sustentação de uma construção bastante antiga. Minhas lições cristãs me levam a crer que me transportei ilusoriamente para o antigo TEMPLO DE DAGON (1), onde outrora os Filisteus aprisionaram Sansão (2). Nos pilares lê-se em placas de neon as seguintes inscrições, que vão se alternando entre PORTUGUÊS, LATIM e HEBRAICO:

  • Corrupção (Curruptiones; שיחוד)
  • Impunidade (Impunitatis; פטור מעונש)

Enquanto pelejo com meu interior para entender o cenário que me inseri, meu íntimo mergulha 30 anos na história recente do Brasil, repassando vários episódios, escândalos e falcatruas engendradas por políticos e executivos de empresas, entidades ou autarquias públicas(4)


Um alvoroço à minha frente me faz emergir do mar de lama que me mantive em retrospecto. Cegado pela minha indiferença quanto aos desmandos e à impunidade dos corruptos e enfraquecido pelo tolhimento das mechas de minha honradez e integridade, ainda em sonho abro timidamente meus olhos e me deparo com a horda que acabara de povoar minhas lamentáveis lembranças.

Estão todos ali, à minha frente. Enumerados e etiquetados para os cargos que ocupam ou pretendem ocupar nas várias instâncias do Poder Público, suntuosamente trajados como as mais finas castas filisteias, em zombaria de minha condição submissa e subumana.

Não me ocorre de pronto, mas Eu posso escolher transforma-los em heróis ou me tornar seu algoz. E eis que, de repente, me vejo obrigado a estirar o braço e cerrar o punho. E dotado de uma força sobrenatural faço vir abaixo os pilares de sustentação do templo, soterrando toda aquela corja de filisteus(3). Diferentemente da história de Sansão, minha insurgência não me causa nenhum arranhão moral ou físico.

Pela manhã quando acordo me dou conta que é dia de ELEIÇÃO, e tenho o dever cível de participar da eleição para Presidente da República.

Percebo que não tive um sonho, mas uma premonição. E sigo para as urnas com a força de 1.000 Sansões, pois Eu posso derrubar os alicerces das nababescas e suntuosas instalações do templo onde se instalou a corrupção e o desmando.

Somente o meu voto pode mudar os atores desse emporcalhado teatro chamado BRASIL. E sigo para AS URNAS firme, impassível, indelével, irredutível, inabalável. POIS EU QUERO A MUDANÇA!!!


*               *               *

  1. O TEMPLO DE DAGON situava-se na cidade de Asdode (atual Esdud), cidade fortificada na planície da Filístia, na entrada da Palestina. Embora pertencente á tribo de Judá, supõe-se que jamais tenha sido conquistada pelos Israelitas.
  2. SANÇÃO foi o antepenúltimo juiz de Israel durante 20 anos (sucedeu Abdon e antecedeu Eli e Samuel), liderando os Israelitas contas os Filisteus (Juízes, capítulos 13 e 16).
  3. FILISTEU: Pessoa inculta e vulgar com interesses apenas materialistas; Utilitarista.
  4. 20 DOS MAIORES ESCÂNDALOS DA HISTÓRIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA:
    1. Ferrovia Norte Sul (maio de 1987) – A licitação para construção de 1.600km de rodovia entre Anápolis e o Maranhão, com investimento de US$ 2,6 BI, não passava de jogo de cartas marcadas, conforme denunciado pela Folha de São Paulo.
    2. CPI da Corrupção (fevereiro de 1988) – Intermediações fraudulentas de repasses de verbas para o Estado do Maranhão, envolvendo membros do alto escalão do Governo e critérios escusos para liberação das verbas.
    3. Caso Collor (maio de 1992) – PC Farias recebia propina de empresários interessados em negociar com o Governo Federal, retinha 30% dos valores e repassava o restante ao Presidente. Estima-se mais de US$ 350 MI arrecadados com emissão de notas fiscais frias por empresas fantasmas.
    4. Anões do orçamento (Outubro de 1993) – Deputados federais recebiam comissões para desviar verbas para obras de empreiteiras e desviavam recursos para entidades de previdência social fantasmas.
    5. Escândalo dos precatórios (Fevereiro de 1997) – Diversas falcatruas e irregularidades apontadas na emissão de precatórios pelos Governos Estaduais e Municipais, criando dívidas inexistentes para comprometimento de recursos públicos.
    6. Grampos do BNDES (Novembro de 1998) – Grampos revelaram um esquema envolvendo o Ministro das Comunicações e o Presidente do BNDES para privilegiar o Banco Opportunity no leilão de privatização da TELEBRAS.
    7. Caso Marka / FonteCindam (Janeiro de 1999) – Diante da desvalorização cambial, o Banco Central subsidiou a venda de dólares aos bancos Marka e FonteCindam, gerando um prejuízo de R$ 1,5 BI aos cofres públicos. O Marka possuía 20 vezes seu patrimônio líquido em contratos futuros de dólares.
    8. Desvio de verbas do TRT-SP (Maio de 1999) – Depois de 06 anos de construção, constatou-se que o prédio do TRT-SP havia consumido R$ 350MI de verbas públicas, das quais apenas R$ 70 MI foram efetivamente aplicadas na obra e o restante desviado pelo Juiz Nicolau dos Santos.
    9. Caso Celso Daniel (Janeiro de 2002) – O sequestro e assassinato do então prefeito de Santo André-SP seria crime político e queima de arquivo de esquemas de corrupção. Sete pessoas ligadas ao crime morreram em circunstâncias misteriosas, incluindo o médico legista e um investigador.
    10. Caso Lunus (Março de 2002) – Batida policial encontra R$ 1,34 MI nos cofres da empresa LUNUS, de Roseane Sarney e seu marido. As investigações revelaram que a LUNUS era sócia de empresa que desviou R$ 15 MI em projetos na SUDAN, entre outros documentos comprometedores.
    11. Corrupção dos Correios (Maio de 2005) – Diretor dos correios é filmado aceitando propina para direcionar resultados de licitações. Marinho denuncia Roberto Jeferson como coordenador de um grande esquema de corrupção envolvendo o Governo Lula, com desvios mensais de verbas públicas.
    12. Escândalo do Mensalão (Junho de 2005) – Coordenados por José Dirceu, Delúbio Soares a Marcos Valério coordenaram um esquema de compra de votos na Câmara dos Deputados Federais, onde cada parlamentar levava a bagatela mensal de R$ 30.000 para apoiar projetos do PT e aliados.
    13. República de Ribeirão (Agosto de 2005) – Antonio Palotti é acusado por um de seus ex-assessores, da época como Prefeito de Ribeirão Preto, de receber propina para facilitar concorrência de uma máfia envolvendo empresas coletoras de lixo em cidades administradas pelo PT em São Paulo.
    14. Refinaria de Pasadena-USA (Maio de 2006) – Por conta de cláusulas contratuais e desentendimentos societários, a Petrobrás desembolsou US$ 1,18 BI pela refinaria, que fora comprada 01 ano antes por US$ 42,5 mi.
    15. Caso Satiagraha (Julho de 2008) – Sob uma fachada de investigação de negócios do banqueiro Daniel Dantas, a polícia federal armou uma das maiores operações ilegais de espionagem e escutas clandestinas.
    16. Escândalo do Bancoop (março de 2010) – Ministério Público denunciou que parte dos recursos da Cooperativa Habitacional dos Bancários era desviado para contas de seus diretores e para o Caixa 2 do PT. Os recursos eram captados através de ofertas de imóveis até 40% abaixo do preço de mercado.
    17. Caso Erenice (Setembro de 2010) – Israel Guerra, filho de Erenice Guerra (então ministra da Casa Civil), comandava com seus sócios um esquema sob a tutela da ministra, de favorecimento de empresários mediante comissões e taxa de sucesso em negócios com o Governo Federal.
    18. Caso Cachoeira (Fevereiro de 2012) – Gravações revelaram que o senador Demóstenes Torres usava sua influência para proteger e defender negócios escusos do bicheiro em troca de ricos presentes. Vários parlamentares, 03 governadores e a maior empreiteira do PAC estão envolvidos nas denúncias.
    19. Escândalo da Pesca (março de 2012) – Altemir Gregolin, do PT-SC, adquiriu 28 lanchas patrulha para o ministério da pesca (que não pode patrulhar). A empresa fornecedora é de um ex-militante do PT-SC, que doou recursos para a campanha de Ideli Salvatti ao Governo de Santa Catarina e que posteriormente substituiu Altemir no ministério e pagou a compra.
    20. Operação Lava Jato (Março de 2014) – Aproximadamente R$ 4 bi foram operados por 04 doleiros, entre eles Alberto Youssef, que controlava empresas-fantasma que recebiam inexplicáveis depósitos milionários de algumas das mais importantes empreiteiras do país. Na sequência, a delação premiada de um ex-diretor da PETROBRÁS teria confirmado o pagamento de propinas a políticos sobre contratos firmados com a Estatal, além do esquema de contribuições paralelas das empreiteiras para o Caixa 2 do PT.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A TÔNICA FLÁCIDA DO DISPARO



DISPARO DA LINHA DE PARTIDA
DISPARO EM GRANDE EUFORIA
DISPARO CONTRÁRIO EM SEGUIDA
DISPAROS IRROMPEM A ALEGRIA

DISPARO E BRECO NA RAIA
DISPAROS OUVIDOS AO LÉO
DISPAROS SOBRE COBAIA
DISPAROS NÃO CAIAM DO CÉU

DISPARO OS DADOS NA DÚVIDA
DISPARA A SORTE EM PARELHA
DISPARA A CERTEZA TÃO VÍVIDA
DISPARO O SANGUE NAS VEIAS

DISPARAR LHE QUEIMA OS DEDOS
DISPARAR ME QUEIMA OS PÉS
DISPARAMOS EM OPOSTOS MEDOS
DISPARAMOS EM DIVERSO REVÉS

DISPARE SUA CUCA INSENSÍVEL
DISPARO MEU PEITO TEMERÁRIO
DISPARE O QUE LHE VEIO AUDÍVEL
DISPAROS NOS SEJAM SOLIDÁRIOS

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

NUDEZ



Sirva-se de tudo que é lúcido e afasta-se do que é Lúcifer. Não seja uma pessoa presunçosa.

Não seja narcisista, mas nunca deixe de amar sua imagem refletida nos espelhos do dia-a-dia. Seja para si mesmo um oásis de sensualidade e pra quem ti vê um oceano de lubricidade.

Retoque-se, molde-se, reinvente-se. O tempo, que se encarrega de deformar nossa embalagem, é o mesmo elemento que nos molda por dentro.

Dispa-se de seus pudores e suas pobrezas. Lance fora as vestes da insensatez, da loucura por si e da insanidade luxuriosa.

A nudez é a forma mais sublime de compor a musicalidade de um corpo, que harmoniosamente baila numa melodia de vida.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

UM ANJO DE DEUS




Que um Anjo de Deus pouse sempre aos pés de nossa cama. Ou na cabeceira, guiando nossos pensamentos em repouso e afastando os tormentos.

Que Ele apenas pouse e nunca repouse. Que mantenha constante vigília e jamais baixe a guarda. Que Ele ajude a descravar lindos sonhos sem jamais pregar os olhos.

Se o calor da noite incomodar, que a brisa de refresco seja o leve abanar de suas asas. E se o incômodo for o frio, que o calor de sua intercessão em Jesus nos aqueça por completo.

Que a luz Dele ilumine nossos sonhos, pra que sejam bons pensamentos e lindas viagens. Que seja luz de companhia, que nos faça caminhar em direção à compreensão do amor e à prática do bem comum, nos afastando das trevas.

E que acordemos felizes e loucos pra ter um dia iluminado.
Com vontade de sermos, também,
O doce anjo de alguém!

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

TODAS AS FACES DE UM PAI




Pai tem vários apelidos
Também conceitos variados
Muitos por mim preteridos
Mas outros aqui abordados

Um Padre é pai orientador
Como cada rabino ou pastor
No Papa, um mero porta-voz
Do Deus Pai de todos nós

De PAI se diz genitor
Um cúmplice na geração
Patrono, padrinho ou criador
Uma bússola na educação

Se diz PAPAI por carinho 
Ele é modelo e espelho
Papai é norte, é caminho
Também é juiz e conselho

Nem todo pai é benfeitor
Nem todo genitor é pai
Pai de verdade é protetor
Guardando o filho que cai

Talvez não o sejas por idade
Quem sabe por convicção
Ser pai é complexidade
Uma vez colo, outra sermão

Não nos foi permitido gestar
Como as mães e a gestação
Mas temos o dever de amar
Pela fertilidade ou adoção

O que faz um pai não é filho
É o amor que ele expressar
Nos olhos se verá o brilho
Do orgulho de lhe aclamar
E no exemplo que se constrói
Seu filho te aclamará herói


segunda-feira, 4 de agosto de 2014

MINHA VIDA SOB O PRISMA DAS FÉRIAS


Não é o que uma palavra significa que afeta nosso cotidiano, mas sim a forma como vivemos, aceitamos e conduzimos o seu significado e sua interferência em nossas vidas. O que lhes narro é como vivi ou ainda viverei aquilo que chamamos de FÉRIAS.

Na primeira fase da vida (infância e adolescência), lembro-me como esperava ansioso pelo início das FÉRIAS, pela oportunidade de viajar, brincar, jogar futebol, pescar! Enfim, me desligar dos compromissos escolares e me divertir sem preocupações com o tempo e o espaço! Me esmerava nos estudos pra não ficar de recuperação ou dependência! Ótimas notas significavam férias mais longas e muitas mais brincadeiras e emoções!

O término das férias também era esperado com ansiedade! O retorno pra escola, pro convívio com os colegas de sala e de colégio! "Tantas coisas pra dizer, tantas coisas pra contar", tantas aventuras pra descrever e experiências pra ouvir!

Na segunda fase (maturidade), as FÉRIAS se tornaram momento de descanso em detrimento dos sonhos de infância. Um prêmio por 01 árduo ano de trabalho. A expectativa de seu início me trazia aftas e dores de cabeça e estômago, ante a incerteza do cumprimento de prazos pre-estabelecidos. Não eram mais as minhas notas escolares que garantiam meu descanso. Eu dependia do desempenho de outras pessoas, de equipes, de coordenados e coordenadores para determinar início e fim de minhas FÉRIAS. Dependia mais ainda de mim mesmo, um péssimo administrador de tempo e de tarefas individuais.

Quantas vezes as adiei ou antecipei o seu término, em detrimento de um bem empresarial. Percebi mais tarde que esses adiamentos me renderam mais decepções do que frutos e acabei, sem querer, tirando férias de bons momentos e grandes amigos.

Veio a terceira fase (constituir família), e as FÉRIAS se tornaram um pouco mais complexas e os períodos mais restritivos. Sobreveio a necessidade de coordenar disponibilidade de esposa, filhos, trabalho e programações dos eternos e indissociáveis ciclos de indispensáveis amigos.

Talvez tenham sido nesse período os melhores passeios, as mais ricas e verdadeiras fotos! Quando foi possível conciliar todos os calendários e antecipar todas as probabilidades, vivi momentos de intensa alegria e rara alforria.

Mas também vivi momentos de rara e intensa tristeza e depressão. Sem crença em mim mesmo, encarcerado nos prazeres tênues da bebida e subjugado por suas ilusões passageiras, alguns poucos amigos preferiram tirar férias de mim.

Na fase atual (maturação dos filhos), as FÉRIAS que ambiciono não são mais as minhas e sim as de meus filhos, cada um numa fase e em possíveis diferentes calendários. O tempo, a necessidade de uma boa profissão e estudos adequados se encarrega de levar os filhos pra longe, num ciclo vicioso que se repete a cada nova geração da vida moderna!

Mas ainda assim, mesmo que por poucos dias, a casa se enche novamente e a alegria é potencializada em expoentes inimagináveis! As brincadeiras entre os filhos e a felicidade de se reencontrarem é de uma pureza infinita. E, ainda que não me caiba esse egoísmo, desejo que as FÉRIAS deles nunca mais terminem.

Mas ontem elas terminaram por completo (FÉRIAS DOS FILHOS), e um novo semestre escolar recrutou todos os filhos. Meu egoísmo cedeu espaço para dois sorrisos e duas despedidas, na frieza das plataformas de uma rodoviária cheia de vida, repleta de vazios de saudades no peito de quem fica, plena em transbordamentos de sonhos e esperanças nos corações de quem parte e abundante em despedidas provisórias! Porque os filhos sempre retornam, ainda o tempo entre uma partida e outra chegada pareça uma eternidade.

A derradeira fase (boa idade) me enche de expectativas e meu coração transborda esperanças e alegrias! Porque nela minhas FERIAS serão permanentes e minhas tarefas serão suaves! Encararei meus desafios e responsabilidades como rotinas de férias. Cuidar dos netos, caminhar na praia, curtir Guarapari, viajar sem programação prévia, tomar sorvete sem pressa, plantar meus temperos, colher meus derradeiros momentos e cozinhar o que der vontade. Mas não planejo nada, porque é incerto o que está por vir. E os vocábulos PLANEJAMENTO e FÉRIAS parecem ser inimigos de berço.

E assim vou vivendo os meus dias. Tocando as minhas rotinas, as minhas tarefas e minhas responsabilidades. Marcando no calendário da vida a data das próximas FÉRIAS, sofrendo menos com as partidas e com as chegadas. De tudo de bom que "elas" representam em minha vida e ante todas as dificuldades que já enfrentei, devaneios que fomentei, sonhos que abandonei, decepções que dei causa e concessões indolentes que me outorguei, prostrado diante do cadafalso das minhas agruras, asseverei:

"JAMAIS TIRAREI FÉRIAS DE MIM !"