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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

DEVANEIOS TOLOS


Faz tempo que eu tento amar você. E nos meus devaneios tolos de perfídia, descobri que não me preencheria quem sequer lhe chegasse aos pés!

Ante a sua altiva humildade, me vi várias vezes preterido, ao invés de exaltado. Ameaças tolas que só eu enxerguei.

Por me sentir umas vezes caça e outras vezes caçador, não percebi que ao seu lado a vida era harmônica e equilibrada, sem perseguições ou atormentações.

Cada desconfiança minha, da incontestável fidelidade sua, desconstruía a ponte que se buscou erguer entre o inferno que me coloquei e o céu que sempre te habitou.

Com o tempo, descobri que não fui idealizado pra mim mesmo. Cada função especial em meu modelo não era vital pra minha sobrevivência e sim pra sua perpetuidade. E cada defeito de fabricação meu lhe custaria rios de lágrimas.

Só deixei de ser um arquétipo porque me ajustei às suas especificações e necessidades. E só poderei evoluir sempre que relegar a situação de protótipo em detrimento da condição de exemplo.

Não sou OBJETO, nem jamais serei! Nem teu, nem de ninguém. Mas me faço ferramenta, instrumento, mecanismo, dispositivo! Que se dispõe e se compromete a estar ao seu alcance quando qualquer coisa lhe for insuficiente entre a modéstia e a genialidade.

Pois se lhe complemento, assim é que me faço completo!

5 comentários:

  1. Que linda declaração! Amei!!!!

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  2. Também acho lindo esse texto Thais. Uma declaração de amor reversa. Uma percepção de dependência de quem realmente tem valor em nossas vidas. Uma confissão de que sou apenas coadjuvante na vida de quem efetivamente brilha nos palcos de nossas vidas: MEG!!!

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