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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

OLHOS DE AMOR



 
Eu vi o “Olho do Furacão”. E por ele senti medo, tamanha a sua potência e capacidade de destruição. O olho que arranca, arrasta e arremessa tudo que vê e transforma objetos enormes em pequenos ciscos em sua córnea de tormenta.

Eu me guiei por “Olhos de Gato”. Na penumbra do entardecer, na escuridão de noite sem lua, no perigo da neblina densa, sua capacidade de refletir a luz me mostrou a direção da estrada e o caminho seguro pra regressar ao lar e aos braços dos meus.

Eu espiei pelo “Olho Mágico”. E através dele senti calafrios, ao ver (ou deixar de ver) o que projetei em minha imaginação. Mas também senti alegrias, porque me trouxeram imagens que renovaram esperanças, além da porta de entrada.

Eu assisti o “Olho de Tandera”. E o quis em minhas mãos, ainda que ficção, pois me impressionava pela força e pela coragem que arremetia seus seguidores. O Olho que buscava justiça e vencia pela convicção.

Eu comi “Olho de sogra”. E seu sabor, inconfundível, me remete aos tempos de crianças, às brincadeiras de roda, de pega bandeira, de pique esconde e salada de frutas. Momentos inesquecíveis, gravados no córtex do “real” imaginário humano.

Eu busquei por “Olhos D’água”. Muitas vezes, andando pelas campinas, pelos serrados, busquei nascentes, olhos d’água por onde jorra pura e cristalina a seiva da vida, trazida à superfície direto do ventre da terra.

Olhos me levaram, olhos me trouxeram. Ameaçaram-me, confundiram-me. Me permitiram ver e me cegaram. Alimentaram-me (por vezes o corpo e outras a alma). Me fizeram crer no impossível e desejar a ficção, boquiaberto ante seus poderes.

Tantos olhos pra ver, tantos outros pra citar. Tantos sentimentos em mim afloram quantas vontades se lhes associo. Mas por essência, nenhum desses que citei tem brilho próprio. Nenhum deles me transmitiu tantas verdades e tantos fascínios quanto os olhos teus.

Estes não têm “cor de olho”: Não são negros, castanhos, mel, verdes ou azuis. Eles não orbitam nem se deslocam com a velocidade do pensamento. Nem fazem meu coração pulsar fora de ritmo, meu cérebro desenhar um futuro a dois ou meu corpo desejar que esses dois sejam Um.

E nenhum deles jamais estará incrustado harmonicamente em tua face e nunca se fecharão alegremente, pra enxergar um beijo meu. Minha essência se dilata, como pupila, em busca da sua luz.

3 comentários:

  1. Depois de um bom tempo sem acessar seu blog percebo que seu bom gosto continua o mesmo... O blog continua maravilhoso e com lindas postagens... Amei... Saudades querido amigo... Beijos

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    1. Olá Aninha. Obrigado pelos elogios. Fico feliz com a sua percepção e com seu carinho. Dê notícias. Espero que você esteja bem! Beijos.

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    2. Tudo bem graças a Deus, e com você? Perdi o seu contato, seu e-mail, fico perdida sem suas dicas na cozinha, sabes que na culinária preciso de orientação senão é um desastre (risos)... Beijos

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