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segunda-feira, 1 de abril de 2013

SER NORMAL




Perguntaram-me como eu enxergo a NORMALIDADE e o que é SER NORMAL. E porque tantas pessoas preferem não sê-lo.


Ser normal é começar o dia de hoje agradecendo pelo de ontem, sem ter medo do amanhã. É querer ser tão feliz amanhã quanto hoje. Anormal é sentir inveja de quem já é.

Ser normal é andar sem camisa em dia de chuva e de blazer em noite de gala, sem importar quantas peças se tem no guarda-roupa. É fazer pipa pra filho, jogar futebol, pique-esconde e bolinha de gude, com muita vontade de ser criança. Anormal é não ter tempo pra eles, ou pra outros que nos precisam, quando não os temos.

Ser normal é ser sincero, ainda que te custe uma carranca. Os normais se aceitam e se perdoam. Os anormais guardam mágoas. É ser justo, compreensivo, honesto, salomônico. Maquiavel é um dos personagens prediletos dos “não normais” (Gerson é o outro).

Normal é ter dois ouvidos e uma boca, e usá-los nessa proporção. É ouvir desabafos, choros, verdades (mesmo que não pareçam), e deixar boas impressões, tão particulares que pareçam digitais. Ao contrário disso, os anormais falam muito e ouvem pouco.

Ser normal é mandar flores, chocolates, comprar livros pra amigos. É atravessar a cidade pra tomar um café juntos, em dia de chuva. Ser anormal é torcer o nariz quando um deles apenas telefona. Ser normal é chorar num ombro, sem dizer uma só palavra. Ser normal é rir COM alguém e anormal é rir DE alguém.

Ser anormal é ter medo dos raios, maldizer os trovões e não ter vontade de chutar as poças d’água. Ser normal é ouvir passarinho cantando na janela, em dia de chuva, ter vontade de soltar barquinho de papel na enxurrada. Se emocionar e sentir o cheiro de infância que brota da terra molhada.

Texto de: Mozart Boaventura Sobrinho

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