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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

EMBALAGENS E CONTEÚDOS


Queria te descobrir sem conhecer, sem provar, sem sentir o cheiro, sem me atrair pelo olhar nem pelas curvas. Pois a beleza é passageira, mas o conteúdo é eterno.

Que não fosse como uma caixa de bombons (seja qual for o rótulo), cujo conteúdo, ainda que variável e diversificado, já tenhamos degustado várias vezes. Mas como um único gole de café, cuja intensidade e sabor pode variar em cada garrafa e cada cafeteria.

Eis que já me vi só, num barco a deriva em nevoeiro pesado. Sem rumo, sem bússola, sem norte, sem ancoradouro. E eis que dissipada a cerração me deparo com uma ilha frondosa de sombras, farta de alimentos, de praias paradisíacas e águas calmas e cristalinas. Ali eu ancorei.

Não sei se as marés do destino me ancoraram em você, ou se suas terras férteis influenciaram as correntes do mar que insistia me acorrentar nas águas.

O que me atraiu foi a beleza. Mas o que me reteve foi o conteúdo. Tamanha a intensidade, que mesmo anos depois de explorar suas trilhas e seus mistérios, sempre te vejo como inquietante salvação.

Sua embalagem me fascina. Mas é no seu conteúdo que o destino me permitiu descobrir os melhores sabores da vida.

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