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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

MINHA FAMÍLIA, SUA FAMÍLIA - ESSAS ETERNAS OBRAS EM ANDAMENTO



É na certeza das tuas escolhas que eu repouso minha inquietação. É na retidão do caráter de vocês que eu fixo a minha mira. Porque filhos retos e dignos são reflexos de pais esforçados.

E ainda que me sobrem décadas, me falta competência para ser igual ou melhor que a carne da minha carne. Ainda que lhes falte idade, sobra em vocês o que de bom soubemos (Eu e sua Mãe) lhes incutir: VALORES E VIRTUDES.

Cada tijolo que moldei, cada tronco que carreguei, cada lágrima que recusei, cada gota de suar que lastimei, tinha um objetivo: construir as pontes que os levariam e levarão além das águas que me retiveram. Cada calo nascido, cada sapo engolido, cada livro lido, cada caderno preenchido, cada verso rimado, cada texto chorado, cada boa ideia, inspirou os discursos que lhes proferi, as ralhas que lhes ofendi, os elogios que lhes direcionei, na tentativa de esclarecer uma dúvida, direcionar um caminho, ou decifrar uma inquietação.

Todos, a seu tempo e à sua maneira, eram matéria-prima da minha estrada, cujo quilômetro final se distancia a cada ponte que um de vocês soergue à minha frente (e já não sei contar quantas são).

O certo é que nós, pais, abrimos a picada e mostramos as próximas montanhas. E não só o que pode haver além delas, mas as oportunidades a serem exploradas em cada vale. Quando o salto é qualitativo e certeiro não há dor e sim alegria. Porque é a escolha de um filho, a realização de um pai e um simples plano de Deus.

Não há dúvidas que os filhos nascem com asas. Elas demoram a abrir, a decolagem é desengonçada, mas o voo é tão lindo quanto inevitável. Resta aos pais preservarem o ninho até o último filhote, mas também reforçarem as docas do porto, para que cada retorno seja sempre agradável, seguro e tão especial quanto a primeira decolagem.

As experiências de vida entre pais e filhos são como construções, onde ambos se misturam no ofício de edificar uma obra sempre em andamento. Muito há que ser dito em vida (porque é aqui o local do diálogo) e nada para ser dito depois da partida (sem porquês).

Não como uma PUJANTE BABEL, ostentando mármore e ouro, cujo cume pretendia atingir as vastas pradarias além dos portões do céu. Mas como uma simples OLARIA, de onde se retira o barro e se aprende o ofício de forjar os alicerces de um paraíso chamado FAMÍLIA.



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