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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

RESSURREIÇÃO EM VIDA.


Houve um tempo em que viver perdeu o sentido. Porque, de fato, o melhor de mim parecia ter padecido. O que havia de bom esvaiu-se, como areia fina entre os dedos. Uma pequena parte não escorreu, plantada na palma da mão tremulada pelos fracassos.

Não conseguia esconder minhas agruras, minhas amarguras e minhas decepções. A maior parte desses males se materializava em conflito comigo mesmo, dentro de minha convalescente existência, ante o farrapo humano que aos poucos me tornava.

Eu me dizia: Amanhã virarei o jogo! Serei um novo homem! Mas por não me preparar para vencer, abria os flancos, e muitas vezes fui “goleado” pelos ingênuos contra-ataques das minhas fraquezas.

Remodelava muita estrutura, minha embalagem e meu discurso, mas o interior (corroído pelas deficiências que eu, relutante, escondia debaixo do tapete voador da minha prepotência) armazenava um eu que somente Eu não enxergava. Nessas tantas desventuras em série, temi assistir, de corpo presente, aterrorizado, o velório de meus sonhos.

Mas eis que o bem sempre triunfa sobre o mal. E se a bandeira da vitória não é erguida pela autoestima, dezenas de príncipes e princesas, amigos e amados, desembarcam em nossas OMAHAS e IWO JIMAS, montando cavalos blindados de confiança, empunhando baionetas de esperança e atirando beijos doces e palavras sábias que transformam por completo a geografia de nossas ruínas, como um “faz de conta que acontece”, virando o jogo.


Assim se dá a ressurreição em vida, onde o medo do malogro premeditado dá lugar à audácia do êxito indubitável. E homens de bem renascem para os exércitos do Amor.

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