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segunda-feira, 10 de março de 2014

HERÓIS OU VILÕES



Me desculpe por dizer, mas a vida e o tempo vão te provar que seus verdadeiros heróis não são da MARVEL ou da DC COMICS.

Seus heróis estão no seu dia-a-dia. Avós, tios, pais e educadores, que com tanto carinho lhe ensinaram os primeiros passos, as primeiras letras na infância e os principais princípios. Seus irmãos mais velhos que lhe serviram de exemplo e bússola, lhe acenando com um norte verdadeiro, lhe desafiando a trilhar caminhos honrados e seguros. Como seus pais também o fizeram ou certamente o fariam.

Seu treinador, aquele amigo mais velho, aquele craque nos esportes. O amigo rico que ajudava os pobres e jogava bolinha de gude na poeira das ruas. Seu padre, pastor ou orientador espiritual, que lhe fazia caminhar em direção à Casa de Deus, ainda que a contragosto, apenas para ouvir suas belas palavras e suas brincadeiras espirituosas.

Seus chefes, seus supervisores, seus orientadores profissionais. Os palestrantes prediletos e os empresários sensacionais. Entre seus heróis estão também os homens e as mulheres que mudaram o curso da história para o bem, com atos, inventos ou apenas exemplos de fé, caridade, amor e perseverança.

E entre seus principais heróis está ainda o seu companheiro ou companheira. Aquela pessoa que aceitou ser escolhida, apesar de todas as diferenças ente vocês dois. Que se moldou ao seu dia-a-dia pra te fazer feliz e nunca mediu esforços pra te aceitar como você é. Que lhe deu seus filhos sem jamais perguntar quantos poderiam ter. Ou não podendo lhe dar um, foi junto contigo adotar aquele que Deus escolheu pra juntos criarem e educarem!

Aquele ou aquela que convive com seu mau humor, suas inquietações, seus olhares alheios, seus devaneios e suas luxurias. E ainda assim, serve seu café da manhã, faz amor contigo e recosta no seu peito afirmando a seguinte indagação: SABIA QUE EU TE AMO!?!?

E apesar dos pesares, muitos lares e famílias já foram destruídos apenas porque UM se tornou o vilão do outro. Ou ambos desistiram de ser super-herói para o outro, ou permitiram a formação de quadrilhas dentro de um universo que deveria ser simplesmente DUAL. Mas reconstruir uma dualidade é desafio de todo aquele que ama ou reaprende a amar.

Talvez você não saiba, mas seus outros maiores super heróis ainda estão por vir, porque não foram gerados ou ainda estão na escola da vida, essa que, com a ajuda sua, formará seus filhos para serem os futuros heróis de alguém ou de muitos, evitando que se tornem vis.

E mesmo assim você ensinará seus filhos a amar o homem-aranha, a mulher maravilha, o batman, a batgirl, o super-homem ou a mulher invisível. E a torcer e perseverar contra seus desafetos e adversários: os maléficos e malvados malfeitores e vilões. Porque é essencial que haja ficção, fantasia e sonhos em nosso interior, para que almejemos alcançar e perpetuar o bem através de ações simples ou heroicas, porém tangíveis e concretas!

E assim a história se seguirá, até que seus filhos também descubram seus verdadeiros super heróis, e repitam com seus netos essa trajetória de encantamento, brilho e formação de pessoas de caráter, defensores da justiça e do bem-estar comum!

segunda-feira, 3 de março de 2014

LEMBRANÇAS DE UM GRANDE AMIGO


(Uma singela homenagem ao grande e saudoso amigo ORLANDO SATHLER, cujos sorriso, carinho e empatia conquistaram minha admiração e amizade eternas).

Ontem me lembrei de você
Riso estampado na cara
Lembranças à minha mercê
Amizade que me foi rara
Naquele cantinho de rua
Dimensão de afinidades
Os papos e a fala tua
Selaram mil amizades
Ali, naquela banca de jornal,
Tanto momento inesquecível
Harmonia e carinho sem igual,
Lindaram conluio indestrutível
Enquanto uma saudade abissal
Recorda-me teu coração incrível

Relembro debate e conversa
Esquema, plano e esboço.
Lucidez em cachaça submersa
Hiatos de muito alvoroço
Tamanha a nossa empatia
Amigo me fiz de verdade
Sinto falta da sua alegria
Onipresença e pura bondade
Distante eu estava na hora
No momento da tua partida
Adoração em mim arvora
Lembrando-te bem em vida
Rejeito o que a alma chora
Adiei nossa despedida.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

JESUS: A conjunção do melhor de cada um de nós



Queria poder sorrir como MANDELA, amar como IRMÃ DULCE, perdoar como GANDHI, julgar como SALOMÃO, cantar como SINATRA, articular como LINCOLN, discursar como LUTHER KING.

Viver como SÃO FRANCISCO, dividir como ROBIN HOOD, orar como ZAQUEU, Escrever como TOLSTOI, teologar como KRISHNA, filosofar como ARISTÓTELES e SANTO AGOSTINHO, crer como TANTOS creram, duvidar como POUCOS duvidaram.

Difundir como JOÃO PAULO II, reagrupar como BERGOGLIO, governar como DAVI, lutar como SANÇÃO, conquistar como ALEXANDRE, ser justo como BUDA.

Se conseguisse ser tudo isso, Provavelmente eu teria nascido há 2.014 anos. E me chamariam ...... Ah, não importa, não era minha intensão parecer atrevido, nem vilipendiar os grandes.

Pois cada uma dessas pessoas se tornou conhecida por uma ou mais virtudes específicas e potencias, enquanto aquele a quem me refiro, em sua profunda e generosa humildade, transbordava todas elas, em profusão infinitamente superior aos mais nobres de todos os mortais.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

PERDIDAMENTE APAIXONADA


As vésperas dos meus 50 anos você me disse assim:

- SOU PERDIDAMENTE APAIXONADA POR VOCÊ!

Ouvindo isso, me perguntei:

- Onde foi que eu errei, pra que você se perdesse dentro do nosso amor?

Na verdade, nem é preciso que você responda!

Na nossa cama me fiz homem. Nos nossos filhos me fiz pai. No teu espelho me fiz imagem e na sua garra me fiz exemplo.

Portanto, se hoje eu consigo me encontrar, se dou meus passos com segurança e retidão, se caminho de cabeça erguida e tenho orgulho do que sou, não é porque você é PERDIDAMENTE APAIXONADA POR MIM. E sim porque você AJUIZADAMENTE quebrou todos os grilhões que pudessem me prender a outro alguém, dando carta de alforria pro meu querer. Fez porto seguro onde posso lançar âncora e descansar segura a minha inquietude.

Quem garantiu que eu me encontrasse na vida jamais poderá se perder por mim. Isso te prometo por toda a vida.





segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

CRÔNICAS DA VIDA REAL: Mensagem a GRANDE AMIGO

Vitória-ES, algum dia de algum mês de dois mil e poucos.

Prezado Cláudio:

Como dissemos, vamos nos manter informados sobre o que anda acontecendo conosco.  Vou aproveitar a oportunidade da iniciativa para desabafar um pouco com o amigo.  Desde já, peço desculpa pelo eventual uso de um tom poético.

Nesses tantos anos de carreira busquei ser um profissional exemplar, dedicado e comprometido.   Sempre usei uma linha paternalista de gestão e dei o máximo de mim para transmitir os conhecimentos que consegui acumular com o tempo.   Tive bons professores e sempre achei injusto não compartilhar isso com os novos. A experiência é um diamante valioso, quando compartilhada. Ou um papel esquecido na gaveta, quando guardada pra si.

Busquei, incansavelmente, a fórmula mágica que transforma executores em executivos, consultores em gestores e empregados em patrões.  Engraçado como não tiveram que ninguém teve coragem de me dizer que essa fórmula não existia (ou se existia não era válida para mim). Era, na verdade, uma fábula derivada da alquimia, onde bruxos e nobres procuraram transformar chumbo em ouro.

Ao me alinhar com certos padrões profissionais, tentei mudar meu comportamento, minha forma de apresentação pública.  Tentei ser menos expressivo e disfarcei minha extroversão, para não mais parecer imaturo, como muitas vezes fui taxado.  Por certo tempo deu certo, pois ao que parece deixei de fazer sombra em algumas pessoas.  Mas me machuquei muito e com isso mergulhei em profunda mágoa e depressão e conheci o lado triste da vida, quando não podemos expressar o que realmente somos.

Ao longo do tempo, descobri que não valia a pena me transformar.  Que eu jamais conseguiria ser me moldar ao formato que gostariam que eu assumisse e voltei, despretensiosamente, a ser quem eu realmente era.  Busquei nunca magoar ninguém, qualquer que tenha sido a postura que eu tenha adotado.  Pelo contrário, fortaleci meu lado amigo, meu lado paterno e meu lado mestre.  Dei a mão a quem procurou e quem precisou de mim eu ajudei à minha maneira. Talvez por isso eu goste tanto da música MY WAY, qualquer que seja a voz que a interprete e o ritmo.

Engraçado como as coincidências da vida nos ensinam: A passagem da Bíblia de “ontem” fala da necessidade do homem deixar um rastro de sua passagem pela vida, uma obra.  Não uma obra de conquistas, mas uma obra de carinho, de caridade, de apoio, de confidências, de sorrisos.  E foi isso que eu escolhi ser em detrimento do que as "Firmas" me pediram.   E acho que escolhi certo.  Estou tentando formar minha trilha.

Também não me arrependo dos 18,5 anos passados naquela empresa em que convivemos.  Cada um deles tem seu valor e sua contribuição para a minha formação profissional e pessoal.  Hoje me acho menos incompleto para o mercado do que eu estava "dois anos" atrás.   Verdade que os constantes estudos ajudaram muito e hoje reúno conhecimentos gerenciais que a Firma não se preocupa muito em fomentar.

Do ponto de vista de empregabilidade, encontro-me com algumas propostas efetivas de trabalho.  As pessoas, amigos na maioria das vezes, me procuraram e disseram vislumbrar um trabalho que se encaixava no meu perfil e que, provavelmente, eu me sairia bem. Engraçado observar que, dentre todas as propostas, a menor remuneração, o mais suave desafio, e a mais branda promessa, vêm da própria casa.

Daí também se pode explicar muito da aflição e insegurança de minha esposa.  Não queremos pensar muito, mas também não podemos nos precipitar, porque as chances de escolher errado são enormes.  Eu não consigo esconder minha alegria de ter sido lembrado em tantas oportunidades, como também anda aparente a minha ansiedade.

No mais, tudo me leva a crer que minha opção de vida foi a melhor: Ser como sou e não como querem que eu seja. Resta apenas lhe agradecer pela demonstração de amizade que você sempre me deu.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

FIXAÇÕES DA ALMA E DA VIDA


Não era ideia minha radicalizar, mas eu não podia deixar passar o momento, a oportunidade. Seria ali, naquele instante, naquela fração de segundo, que eu agiria.

Não teria uma segunda chance, porque cada momento da vida é único; e também passageiro se nada for feito pra eternizá-lo. Ou eterno, se pouco for feito pra que fique gravado.

Por isso eu precisava agir e aquele momento me eternizaria quando eu o tornasse único. Não me programei. Apenas sabia que eu o faria, a qualquer momento, em algum lugar que menos se esperasse de mim um ação tão delinquente.

Me posicionei, me preparei e como um felino em caça, capturei, de sobressalto, a alma do mundo, dos homens e da natureza. Hoje as tenho comigo, em meus braços, em meu seio, em meu ventre. Capturando-as, não permiti que morressem, que perecessem ou que simplesmente passassem.

Sei que arrancarei muitas lágrimas em minha trajetória. Mas os tantos sorrisos e o reconhecimento de minha coragem e minha ousadia justificarão cada ato que eu pratiquei e praticarei.

Sinto-me honrada por isso. Meu nome? Chamam-me de FOTOGRAFIA.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

ENTRE XÍCARAS, COPOS E CANECAS (...) A identidade de muitas famílias


São cores. Que euforia

Meu coração se enche de graça
Quando os vejo sujos na pia


Uma xícara, um copo e uma caneca
Pra colorir a refeição matinal
Pão, bolo, biscoito ou panqueca
Café com leite, frutas e cereal

- Uma cor para cada fedelho!
Decidiu a mulher que eu venero
Um Azul, um Verde e um Vermelho
Escolhidos com carinho e esmero


São  cores? Eu vejo mera pureza
E me pego entoando orações
Prenúncio de família à mesa


Da infância à adolescência
Acompanhando os meus três
Aos poucos perdendo a inocência
E as cores e o brilho talvez

Conquanto "antigo apetrecho"
Têm lugar certo e acomodação
Pois invariável é o desfecho
Que os donos os queiram à mão


São  cores? Eu Não diria
É mais uma identidade
Da família que a gente cria
Exemplos sem vaidade
Motivos de muita alegria.



(OBSERVAÇÃO: Pouco tempo depois do nascimento de nosso filho caçula, MEG quis comprar um conjunto para café para os meninos. E escolheu as cores de acordo com as preferências de cada um. Embora esses conjuntos existam até hoje, surrados e desbotados pelo uso e pelo tempo, e os "meninos" já não sejam meninos, eles ainda os utilizam como se tivessem sido presenteados hoje. Respeitam e não misturam as cores entre si. Como uma identidade familiar.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

AS ESTRELAS E SUAS LUZES; OS HOMENS E SUAS TRAJETÓRIAS


Uma estrela é uma grande e luminosa esfera de plasma que se mantém inteira devido à sua gravidade. Essa gravidade também mantém planetas e outros corpos celestes em sua órbita, formando sistemas planetários. Em decorrência da fusão do hidrogênio em seu núcleo, as estrelas são as maiores emissoras de calor de que temos conhecimento, cujo brilho ou luz se propaga velozmente pelo espaço sideral.

A luz viaja normalmente em linha reta, a uma velocidade constante de 299.792,5 quilômetros por segundo. Sua velocidade é tão incrivelmente absurda, que distâncias impensadas ou inalcançáveis são medidas em “ano-luz”, correspondente a 9,46 trilhões de quilômetros; ou 01 Ano Juliano (365,25 dias), ou: 365,25 dias x 24 horas x 60 minutos x 60 segundos x 299.792,5 quilômetros.

Ao mesmo tempo em que o Sol está a uma distância média de 150 milhões de quilômetros da terra, existem estrelas há bilhões de anos-luz de nós, como é o caso da recém-descoberta Z8-GND-5296 (13,8 bilhões de anos-luz de distância). O planeta Terra tem um raio de 6.371 km. Um pulso de luz percorreria do Polo Norte ao Polo Sul em 0,02 segundo, ou 1,26 segundos para viajar da Terra à Lua (quase a velocidade de dois piscares de olhos). Ou, ainda, menos de 8,5 minutos para percorrer a distância entre o Sol e a Terra.

Havendo uma fonte de energia durável, um único raio emitido viajará ininterruptamente pelo espaço até encontrar outro corpo celeste que o recepcione e absorva. Um raio ininterrupto de luz seria como uma linha que une o menino à pipa, a corrente que liga o navio ao cais, o cordão umbilical que vincula a Terra ao Sol. Nós os vemos mergulhar no mar, em dia de calmaria e águas cristalinas, como flechas em busca da areia.

A luz carrega em si o calor derivado de sua fonte, sendo ela a própria energia expelida por sua origem. Quando essa fonte de energia se esgotar e nenhuma luz partir mais daquele corpo celeste, os raios emitidos continuarão viajando pelo espaço com a mesma ousadia e valentia da primeira fagulha, do primeiro pulso, até que sejam absorvidos por uma partícula do universo.

Há corpos tão distantes de nós que, embora suas luzes e seus brilhos continuem chegando aos nossos olhos, é possível que já não tenham energia vital. Que não emitam mais luz há milhões de anos. Por isso, cientistas e astrônomos afirmam que boa parte das estrelas que vemos à noite já não está mais lá. Assim como há outras estrelas cuja luz ainda não chegou até nossos olhos. O céu estrelado que vemos não é verdadeiro céu que está lá.


Assim também são as pessoas, porque nós todos temos luz, própria ou adquirida por exemplos ou admirações. Alguns brilham mais, outros brilham menos, mas cada um de nós tem seu espaço nas galáxias da história. Nossa gravidade atrai outras pessoas, e nos prendemos uns aos outros por afinidade, como pequenos ou grandes sistemas estelares.

Algumas pessoas nos veem como estrelas. Seguem-nos, nos orbitam e se alimentam de nosso calor e nossa luz. Outras pessoas foram estrelas tão deslumbrantes que, embora não tenham mais vida, seu brilho e sua luz continuam orientando a vida e a trajetória de muitos de nós.

Ser estrela não é ser personalidade das mídias, nem atrair holofotes. Ser estrela é abrigar os mais frágeis e suscetíveis numa aura de luminosidade. É penetrar no interior das pessoas e lhes ascender o próprio núcleo. É emprestar sua luz para resplandecer as estradas da vida, cuidando para que seu calor seja suficiente para manter esperança e existência, mesmo na sua ausência. E que ao perceber o valor da sua luz você seja rápido e intenso ao propagá-la, num movimento permanente e contínuo de fulgor. Reconstruindo, revolucionando e revitalizando tudo à sua volta. Como a complexidade deslumbrante do BIG BANG ou a simplicidade esplendorosa de uma pequena estrela.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

ÚNICA, COMO A PRÓPRIA EXISTÊNCIA


Hinário que meus ouvidos permeiam
Conjunto de sons agradáveis
Loucuras que em mim vagueiam
Supremos desejos saudáveis

Algumas vezes fugistes
Os Deuses me deram o caminho
Em teu encalço o carinho
Querendo que reconsiderasses

Seria eu pra você
Tanto quanto já te queria?
Relutando para perceber,
Corrigi nossa alegoria

Ainda que relutantes
Concebemos jogos e canções
Estudando tantos semblantes
Preservamos os corações

Evoco cada momento
Cada verso à mulher amada
Agora já não "esquento"
Seguimos a mesma jornada

Teus jeitos e teus trejeitos
Estrelam minha matinê
Caçoam dos meus conceitos
Ultimam meu bem querer.

Estilo, arte e sensualidade,
Leveza, maestria e beleza!
Em ti encontro a certeza:
Morada da minha metade!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

LOIRINHA FACEIRA



Loirinha faceira, de olhar Glauco, cor de esmeralda, com brilho intenso de pedra preciosa e ternura de gata carente. Boca arciforme como os acurados arcos das sagazes Amazonas. Andar ubíquo de uma deusa, cuja dinâmica libertina dos quadris simula o balanço de navio, na singularidade das ondas de mar revolto.

Curvas de cascalho solto, nas quais meus olhos derraparam sem número. Mas desejei, tantas vezes, atritar meus pneus nesses caminhos de tortuosa formosura.

Cabelos dourados, como os trigais da minha terra, ondulando faceiros ao vento do serrado. Se os cachos do trigo almejavam alimentar tantos homens e tantas bocas, a lisura dos seus cachos eu desejei como alimento da minha alma.

Se fostes ou não de outro homem, se serieis ou não de outro Ser, ter sido de quem não mais és não me ressente. Se fosses de quem não te merecesse me ressentiria. Se eu fosse de outro alguém me assombraria. Se não fosse seu não me encontraria.

Ser seu não era destino. Ser minha não era fadário. O destino nos juntar não foi negligência. Permanecer ligados não foi contingência. Exercermos o Gênesis foi só consciência.

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