Não quero ser pipa avoada. Objeto de desejo de muitos, que vagueia ao sabor do vento, até ser capturada, arrebatada e lançada novamente ao voo.
Mas se o tênue fio que me sustenta se romper, que haja por ai uma mulher de aço e concreto, ou simplesmente fibra. Tão altiva e deslumbrante quanto um arranha-céu. Ou tão singular quanto uma montanha. Uma Babel pujante, com uma antena suave onde meu barbante se enrosque.
Já quis a figura do diamante pra minha personalidade, que deixa marcas por onde passa. Mas apesar de belo e valioso, me pareceu insubordinadamente maciço e duro.
Mas não queria ser o vidro triturado, que misturado à cola corta, arrebenta, dilacera, destrói sonhos e faz as pipas se perderam ao léu.
Nem diamante nem cerol. Simplesmente pipa, pra que eu flutue ao seu redor e adorne sua estrutura. E me vendo seguro, entrelaçado em você, desejarei vê-la escalar o fio pra ver, daqui de cima, o mundo maravilhoso ao qual você me prendeu.
Mozart Boaventura Sobrinho (13/09/2011)
Parabéns!!!! Abraços
ResponderExcluirA. Hermann
Adoro esse texto. Essa conotação entre meus tempos de criança (de procurar pipas pelo céu e da liberdade) e os tempos de maturidade, (da procura do amor e da segurança). Obrigado por comentar amigo Andreas.
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