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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

TRADIÇÕES E VALORES




Recordo-me de andar quilômetros pra visitar o circo. E tentei não perder as visitas de nenhum deles. Encantei-me com os malabaristas, com os mágicos, com os bichos e com as palhaçadas. Tentei explicar magias complicadas e piadas simples. Pra suportar um dia-a-dia na corda bamba, só mesmo enchendo a vida de magia e gargalhadas. Hoje, o “Picadeiro” é vivo na memória de meus filhos, e em suas brincadeiras também.


Curti muito Hanna Barbera, A Pantera Cor-de-Rosa, Tom e Jerry e Mandachuva. Já passei horas vendo as falhas das armadilhas ACME. Esforcei-me pra imitar um dos anões da Penélope Charmosa, o Barney Rubble, o Catatau do Zé Colméia, O Tutubarão e o Salsinha. Encantei-me com Tarzan, Rei Leão, Toy Story, Monstros S.A. e Vida de Inseto. Vi umas 10 vezes, cada um. Contava a história dos 03 porquinhos em 03 velocidades, mas quem avisava sobre o “Lobo Mau” eram 03 lindos garotinhos aventureiros. Pra superar as dificuldades da vida real, porque não um pouco da criatividade dos personagens em quadrinhos!? Hoje, a amizade e o carinho de meus filhos são como Woody & Buss, Fred & Barney, Timão e Pumba.

Vislumbro os caminhos de patinha de coelho, feitos com 04 dedos da mão, polvilho e água. Comprei Coelho de verdade, pra deixar solto dentro de casa. Inventei que, por uma magia da páscoa, quando o coelho é visto pelas crianças se transforma em lebre. Escondi ovos e chocolates pela casa, pra brincar de “choco esconde”. Pra suportar a amargura dos maus momentos, porque não a docilidade de uma mascote e a doçura de um chocolate? Hoje, a “Páscoa” é presente na vida de meus filhos, e seu significado também.

Já pintei bigode e vesti camisa xadrez e chapéu de palha. Botina de roça e calça remendada. Horas a fio ajudando a “arrumar” 03 crianças pras festas juninas. Família reunida pra comer canjica, cuscuz e pé de moleque, tomar quentão, brincar de pescaria e correio do amor. Dançar muito e jogar conversa fora. Pra sobreviver à dureza e brutalidade da “Selva de Pedras”, que tal algumas doses do aconchego da roça e da inocência do caipira? Hoje, o significado bom de “quadrilha” está presente na memória de meus filhos e “dançar” significa bailar durante uma música.

Lembro-me de ter deixado o chuveiro aberto, pular janela, disfarçar a cama, tudo pra desfilar na sala vestido de Papai Noel, pra que meus filhos tivessem certeza que "Eu" não era "Ele". Já expliquei que só pode olhar, porque Papai Noel tem pressa e se ficar conversando atrasa os presentes das outras crianças. Já fiz caminho de pólvora, pra sumir na fumaça depois de deixar os presentes. Já coloquei barriga postiça e já tive que murchar a minha, pra Papai Noel não parecer gordinho demais. Pra digerir as injustiças sociais, nada melhor que compartilhar. Hoje, O Natal é vivo na memória de meus filhos, e em suas atitudes também. 

Já fiz 1.000 coisas pra que essas tradições não se perdessem e para que meus filhos possam lembrar e repetir com meus netos, quando eles vierem. Às vezes, tradições e valores andam de mãos dadas. E quando um se perde, leva o outro a tiracolo. Perpetuar BOAS tradições e transmitir valores é contribuição positiva para um futuro menos incerto. E possivelmente mais justo!

2 comentários:

  1. Mozart querido, muito legal a mensagem... verdadeiras e sábias palavras...

    Bom Domingo...

    Lais. SP

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    Respostas
    1. Obrigado Lais. Só agora eu vi seu comentário. Tudo de bom pra você e pros seus.

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