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quarta-feira, 2 de maio de 2012


A DIVERSIDADE DO COLORAU

Não há muito mais para se dizer sobre o processo de montagem de uma deliciosa “Moqueca capixaba”, ou seus componentes. Já comentei que: 

>> Peixes, camarões e lagostas: os segredos são o frescor e o tempo de cozimento; 
>> Cebolas: médias, bem picadinhas e douradas ao óleo; 
>> Tomates: maduros, firmes e bem picadinhos; 
>> Coentro: Fresco e acrescentado na reta final do cozimento. 
>> Resta-me falar sobre dois elementos: A PANELA DE BARRO e o COLORAU

Sobre a PANELA falarei em momento oportuno. depois de discutir a ciência com as famosas paneleiras do Bairro Maruípe, outrora alojado à beira do manguezal da Baía de Vitória, próximo à Universidade Federal do Espírito Santo. 

Por hora apresento uma coletânea de informações sobre o COLORAU, esse importante e indispensável colorífico que utilizamos na preparação da moqueca, para dar cor e influenciar no sabor. Não há moqueca capixaba sem colorau, mas vale a pena observara como (e o quanto) esse fruto é largamente utilizado na medicina, na cosmética e nas tradições culturais.






Urucum, urucu, açafroa, colorau são os nomes populares de Bixa Orellana (nome científico), da família botânica Bixáceas. Seu nome vem do tupi uru-ku, que significa "vermelho". Seus corantes são chamados de orelina (o amarelo) e de bixina (o vermelho). 

É uma planta originária da América do Sul, encontrada por quase todo Brasil, principalmente na região amazônica. Os frutos são cápsulas armadas por espinhosinhos maleáveis, que se tornam vermelhas, quase roxas, quando maduras. Então, abrem-se revelando pequenas sementes dispostas em série. É dessas sementinhas que sai a tinta – é preciso amassá-las para se obter o pó que denominamos “colorau”, normalmente processado em pilões de madeira, em processo rudimentar. 

Seu pigmento vermelho usado é usado pelas tribos indígenas brasileiras e peruanas como corante e como protetor da pele contra os raios solares intensos. Também há referências de seu uso para evitar picadas dos mosquitos. Há também o simbolismo de agradecimento aos deuses pelas colheitas, pesca ou saúde do povo. 

Usado amplamente na indústria alimentícia como corante de diversos produtos. O urucum iauanauá é usado na fabricação de um batom especial, vendido na Europa e nos Estados Unidos como produto genuinamente natural e de alta qualidade. Também vem sendo testado num tipo específico de condicionador de cabelo. Chá das sementes tem bom efeito nos males do coração, prisão de ventre, hemorragias, afecções do estômago, como expectorante e males do peito. O pó é digestivo, laxante, expectorante, febrífugo, cardiotônico, hipotensor e antibiótico, agindo como antiinflamatório para contusões e feridas. As sementes são expectorantes, utilizadas em moléstias do peito. O urucum também é utilizado para afecções do coração. É contra veneno da mandioca brava, antídoto do ácido cianídrico e prússico. (Fonte: Livro Plantas Medicinais e EMBRAPA). 

O colorau brasileiro é atóxico, diferentemente de outros como o açafrão (causa euforia e estado de inconsciência). O pó da semente é um bom condimento para dar cor ao arroz e indispensável na preparação da moqueca (ou MUQUECA, como também dizemos aqui).



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