Traduzir esta página

segunda-feira, 28 de maio de 2012

MEMÓRIAS DE UM VELHO PAI








Lembro-te de chapéu aprumado
Imitando gato e passarinho
E “corto aquele dobrado”.
Veleidade do seu carinho. 



Carinho que não foi pedido
Ou você que não soube dar
Mas isso agora é passado
Não podemos remediar

Os livros em sua estante
As páginas todas marcadas
Lembranças de cada instante
Leituras sempre inspiradas

Da encomenda de um livro
Que eu buscasse nas livrarias
Que levasse sempre comigo
A certeza que o querias.

Em vida não foste além.
Foi Deus que determinou
Sua vontade, porém
Nem mesmo a morte levou.

Digo-lhe meu pai querido:
Que o livro eu encontrei
Guardei-o aqui comigo
Tu não o viste, eu sei!

Um dicionário catalogado
Das aves desse Brasil
Que um certo Frish inspirado
Num livro reproduziu.

O melhor entre os livros meus
Pra folhearmos com carinho
Meus olhos serão os teus
E minhas mãos, seu caminho.






Nenhum comentário:

Postar um comentário