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quarta-feira, 23 de maio de 2012

"Meu jardim plantado em terra estranha".
(Autor desconhecido)



Como semente lançada ao vento louco da primavera.
Deixo escapar os impulsos de amor e de esperança.
Como natureza abundante, despreocupada, inebriada de felicidade,
planto meu jardim em terra estranha.
Ao ritmo lento da germinação e do primeiro broto.
Compreendo a violência de minha riqueza.
Momentos de êxtase, de alegria, de descobrimento, tenho a certeza da vida que flui.
Admiração, entusiasmo, assombro contínuo!
Tenho a segurança e o orgulho de um novo proprietário.
Declaro-me possuidor indiscutível dos lugares.
Apesar de ser semeador de sonhos e ilusões em terreno alheio.
Porém, um dia, meu hospedeiro chama-me à realidade, declara-me usurpador do solo ocupado.
Exige-me abandonar o espaço fecundo.
Meus frutos, meus legumes, minhas flores brotam num fundamento inóspito.
Quero deixá-lo, sem demorar meu olhar, sem lastimar.
Escondo minha dor sob uma máscara endurecida pelo frio do orgulho.
Quero eliminar todo traço doloroso de meus dias Floridos.
Fazer desaparecer minha flora íntima como tumor maligno.
Depois, com a humildade de um Rei convertido em mendigo; tomo, colho, recolho a superabundância de mim mesmo; devo cavar, cortar às vezes, até arrancar, para tudo levar.
Ao meu hospedeiro desinteressado "NADA DEIXEI".

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