FANATISMO (autora: Florbela Espanca)
Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida.
Passo no mundo, meu Amor, a ler.
No misterioso livro do teu ser.
A mesma história tantas vezes lida!
Tudo no mundo é frágil, tudo passa.
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!
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“Quem me dera encontrar o verso puro, o verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto!” - Florbela Espanca
Flor Bela de Alma da Conceição Espanca (Florbela
Espanca) nasceu em Vila
Viçosa em 08 de
Dezembro de 1894 e faleceu em Matosinhos, em 8 de Dezembro de 1930. Foi uma poetisa portuguesa e sua vida, de
apenas trinta e seis anos, foi plena, embora tumultuada, inquieta e cheia de
sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta
qualidade, carregada de erotização, feminilidade e panteísmo (fonte: Wikipédia).
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